Realmente....

Esta semana estive a mergulhar com um Italiano que estava indignado de ter pago 140€ por ter trazido o seu equipamento de mergulho.

Quando se gasta milhões a promover o destino Açores não seria inteligente ter politicas de transporte que facilitá-se a vinda dos turistas.
Deixo estas questões para os iluminados da politica.

In Correio dos Açores

" Porque hoje é quarta: Uma SATA sem asas
25 Maio 2011 [Opinião]
A SATA entrou numa escalada desenfreada, explorando os passageiros de toda a forma e feitio.
E se ninguém lhe meter os “flaps”, corre o risco de borrogar por cada medida que vai introduzindo mensalmente nas nossas algibeiras.
Com uma empresa pública regional assim, a discussão que os partidos estão a promover sobre a privatização da ANA nos Açores, não passa de pinotes.
A SATA descolou há uns tempos com aquela medida anedótica de retirar os jornais de bordo para aliviar o peso e poupar combustível!
Voltou a não conseguir explicar com razoabilidade por que motivo a frota tinha que ficar centralizada em S. Miguel.
Com novos aviões, mais eficientes e mais económicos, não conseguiu estabelecer tarifários decentes entre ilhas.
Na rota para Lisboa foi preciso o governo dar o “murro na mesa”.
Depois chegou à conclusão que tinha um Airbus a mais e quis devolvê-lo. Mais tarde, voltou atrás...
Anunciou o fecho de balcões, mas não contava com os lobbies municipais.
Veio por aí fora em velocidade de cruzeiro, de medida em medida sem sentido, até que aterrou mais recentemente nesta coisa extraordinária que é cobrar mais 15 euros por cada passageiro que queira estender as pernas nos aviões.
Inventou também uma coisa chamada “extra seat confort” para quem quiser viajar com a cadeira do lado vazia.
Depois, influenciada certamente pelo reality-show “Peso Pesado”, resolveu aumentar em quase 400 por cento o preço a pagar por cada quilo a mais de bagagem.
Passou a cobrar couro e cabelo pelo transporte de animais domésticos.
E continua a saga: passou a cobrar uma taxa pelo transporte de equipamento desportivo, enxotando qualquer turista que venha aos Açores praticar desporto de lazer.
Nos últimos dias ficamos a saber que foi preciso outro “murro na mesa” para desistir da falida rota Lisboa-Funchal-Lisboa e dedicar-se mais às rotas que tragam turistas à região.
Passou a praticar preços de “low cost”... mas apenas para os madeirenses.
Pelo meio, assistimos àquela trapalhada de retirar 21,5 milhões de euros ao capital social da empresa para “cobertura de prejuízos”, numa operação mágica altamente contestada pelo Tribunal de Contas.
Não sei se esta viagem atribulada vai ficar por aqui, mas tenho a sensação de que a SATA precisa desesperadamente de dinheiro para cobrir alguma gestão que ao longo do ano apanhou “poços de ar” turbulentos...
Já vamos quase em finais de Maio e era bom que soubéssemos como vamos de contas, para sossegar algumas almas. É que se elas não batem certo com as previsões que foram anunciadas, à semelhança do que aconteceu no ano passado, alguma coisa vai mal no reino da Dinamarca.
Atingiu-se ou não a previsão de crescer 5 por cento em número de passageiros, como era intenção da companhia?
Ou voltaram a errar nas previsões?
Em 2009 também se previa um crescimento de quase dois dígitos e o ano acabou… no vermelho, com uma quebra de 1 por cento. Se a história se repetir agora, então alguém tem que pôr mão no descalabro.
Apenas 13 por cento dos passageiros transportados pela SATA são açorianos, o que demonstra que a companhia está muito dependente do mercado global. Sendo assim, tem que ser mais competitiva e corrigir os defeitos monopolistas.
A TAP, por exemplo, já tem disponíveis os números relativos ao primeiro quadrimestre deste ano. Bateu todos os recordes no transporte de passageiros, com 9 por cento de crescimento, quando as previsões eram de 5 por cento.
Tapar os buracos à custa dos passageiros não tem nada a ver com serviço público.
Mais: explorar os açorianos da diáspora, só porque vivem no outro lado, também não é serviço público.
Nestas primeiras semanas de Maio, uma passagem de Boston para P. Delgada custava 980 dólares, mas entre 24 de Maio e 3 de Junho, para “santificar” os peregrinos do Senhor Santo Cristo, foi aumentada para 1.099 dólares. E se quiserem vir a meados de Julho para regressar em Agosto, pagam tanto como 1.278 dólares!
Com estes preços, qualquer passageiro com partida de Boston consegue – para um casal! - uma semana com tudo pago em Punta Cana, nas Caraíbas, ou em Cancun, no México, incluindo avião, transfers, hotel e mesa posta 24 horas por dia e, nalgumas agências, até pagam o estacionamento da viatura no parque do aeroporto de Boston durante aqueles dias.
É assim que querem turismo nos Açores?
Para que servem os milhões da promoção que estão a fazer em Boston e noutras cidades dos Estados Unidos e Canadá?
Logo que souberam destes preços, sobretudo do aumento da taxa por peso a mais, das taxas de combustível e dos artigos desportivos, vários grupos luso-americanos cancelaram ostensivamente as deslocações que tinham reservado para várias ilhas.
A Associação dos Amigos da Terceira, em Fall River, que vinha com dezenas de famílias em digressão, fez o cancelamento com uma dura carta dirigida aos responsáveis da SATA.
Um grupo de golfistas norte-americanos e canadianos fez o mesmo. Tudo num espaço de duas semanas.
E agora admiram-se que os Açores foram a única região do país que teve uma quebra de turistas no primeiro trimestre deste ano.
Com este cenário e com uma SATA assim, alguém acredita que vamos levantar voo?

Autor: Osvaldo Cabral"

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